Fui ontem (30 de Setembro de 2010) operado - mais uma vez - a um dos meus olhos devido ao fecho do canal de Schlemm (provocado por glaucoma) e consequente aumento da Pressão Intraocular (PIO ou IOP)
Pois é verdade. Fui ontem (30 de Setembro de 2010) novamente operado a um dos meus olhos (o direito) devido a ter-se fechado de novo o canal de Schlemm, por onde normalmente drena o humor aquoso. Desta vez, porém, o método utilizado na intervenção não foi o de uma operação clássica, como a que me fizeram em 7 de Junho deste ano, mas recorreu-se, sim, a um método mais simples (e muito mais barato !!) que os anglo-saxónicos designam por "needling" (que se poderá traduzir por agulhagem). É um método menos arriscado no meu caso, porque tomo normalmente anticoagulantes. Em Junho ocorreu uma hemorragia local durante a operação pelo método clássico (uma trabeculectomia) que me deixou sem ver desse olho durante 3 semanas. Com este método, o cirurgião introduz no globo ocular uma agulha muito fina existente na ponta de um bisturi especial. Com essa agulha ele vai explorando o canal até encontrar o local mais adequado para o abrir de novo. Eu estava anestesiado localmente, mas a exploração fazia-me impressão porque a sentia, embora não me doesse. Finalmente, após uns 15 minutos de exploração... conseguiu reabri-lo. A pressão intra-ocular está agora mais baixa (anda agora pelos 12 a 18 pontos, o que são valores normais porque abaixo de 21, o valor máximo a partir do qual há escavação do nervo óptico). Assim sendo, e enquanto se mantiver aberto o dito canal, a cabeça do nervo não será mais escavada, escavação que acaba por levar à cegueira esse olho, se não for constantemente controlada. No entanto, por razões mais ou menos obscuras, o canal poderá voltar a fechar-se, nunca se sabe quando. Podem passar semanas ou vários anos. Devo evitar fazer esforços, levantar objectos pesados, ajoelhar-me, baixar a cabeça para apanhar objectos, etc. e fazer 2 a 3 vezes por dia um exercício especial sobre o globo ocular. Consiste este exercício em pressionar o dito, na sua parte inferior ou na superior, com força, até começar a doer (no meu caso não dói, mas, a certa altura, começo a ver interiormente umas luzinhas. É caso para dizer que começo a ver estrelas... Se a seguir medir a pressão intra-ocular, ela estará baixa, em valores normais. E terei de medir a pressão intra-ocular com frequência, nos optometristas. Isto é, terei de levar uma vida muito regrada. O que me vale são as dezenas ou centenas de livros que ali tenho para ler, o último dos quais é o interessantíssimo "O LIVRO DA CONSCIÊNCIA" do Professor António Damásio, acabado de publicar e que já comecei a ler. Falta dizer que não terei de exercer esta pressão sobre o globo toda a vida. Basta que a faça durante mais umas semanas, até que a fístula resultante daquela intervenção esteja sanada. Nessa altura, o canal manter-se-á aberto e a drenar.Do que precisava agora era de um self-tonometer (um aparelho pequeno e portátil, que, não sendo tão exacto como os tonómetros normais, é contudo útil) para medir frequentemente, em casa, aquela pressão intra-ocular. Até agora ainda não encontrei na net quem o venda em Portugal. Nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo, já é vendido em massa. Mais uma consequência da nossa periferia?
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